quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A Fase da Serpente

Como dito no post anterior, o motivador da criação desse blog foi ler na web uma informação totalmente equivocada a respeito da diferença entre corais falsas e verdadeiras. O incômodo não é tanto com o equívoco em si (se fosse esquentar com os erros da Internet, já teria desistido da Folha online), mas com o risco associado ao equívoco, afinal, quanto se manipula um animal peçonhento achando que não há perigo, pessoas podem se machucar.


Mas como sei algo a respeito de serpentes? Tenho a obrigação moral de avisar que não sou biólogo, nem nada parecido. O limitado conhecimento sobre esse mundo começou quando decidi passar uma temporada na região da Serra do Cipó, em Minas Gerais. As constantes histórias sobre serpentes me enchiam de medo a princípio, mas percebi que precisava de conhecimento para embasar ou abandonar de vez esse sentimento, afinal a ideia de temer o desconhecido simplesmente não está em mim. A partir daí, o medo virou fascinação e a fascinação tornou-se "busca de conhecimento" (Alô, ET Bilu!).


Falando em alienígenas célebres, já disse há muito o Mestre Yoda que "o medo leva a raiva, a raiva leva ao ódio e o ódio leva ao sofrimento". Esse ódio irracional das serpentes (ao menos em nossa cultura) faz com que as pessoas das áreas rurais simplesmente matem qualquer serpente avistada, sem ao menos medir o risco que ela apresenta. Não serei hipócrita em defender que uma jararaca (pertencente ao gênero Bothrops, responsável por cerca de 85% dos acidentes do Brasil) no seu quintal deva ser poupada, mas qual a razão de matar uma totalmente inofensiva cobra-cega? Ou mesmo de matar uma serpente perigosa no seu habitat ao invés de simplesmente deixá-la e seguir seu próprio caminho?

O assunto é polêmico, reconheço, mas merece reflexão, afinal, apenas o conhecimento pode separar o perigo real do mito.

Curiosidade: No Brasil, as serpentes são comumente chamadas de 'cobras'. Da mesma forma que os descobridores portugueses chamaram os habitantes nativos do novo continente de índios (por acreditar que tinha chegado às Índias), chamaram as serpentes locais de 'cobra', por acreditar tratar-se das najas que ocorrem na Índia (conhecidas como 'cobras'). A palavra 'cobra' é uma designação popular para os ofídios em geral e, mesmo que ambos os termos sejam aceitos pelo dicionário, o mais correto é serpente


Assunto do próximo post: Como diferenciar corais verdadeiras das falsas!

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